Desesperado, o destino quer
contar uma história, mas o desamor estraga a festa, desmonta o cenário antes da
hora. Apagam-se os rastros, os gestos, os afagos dos versos, os sinos, os
cânticos. Vão-se os rostos, os nomes e os perfumes. Limitam-se quintais com
arame farpado; fundam-se fossos em torno dos castelos e no jardim nascem flores
de plástico. Da janela, o sapo acena em veste de príncipe e as fadas de palha
esvoaçam no milharal para espantar os corvos. Um dia os olhos medem a distância
e percebem que nunca estiveram lá...
(Texto escrito para a peça AGRIDOCE de Thiago Rieth)