“Superfeliz”,
diz ensaiando um sorriso para a selfie no espelho. Enquanto isso, a tal da Dona
Verdade, a quem sequer foi apresentada, passa longe em seu traje de gala e toma
a direção contrária. E aquela que nunca a abandona, Dona Hipocrisia, chama para
uma valsa. Aceita, claro! Afinal, tem sido uma boa companhia nesses últimos
tempos, seria grosseiro recusar. Coloca uma pedra sobre o que perturba e
esfrega uma borracha nas sobras deixando intacta sua versão dos fatos. Quando
fecha os olhos, vem o desconforto do travesseiro. Os sonhos, antes leves,
tornam-se obesos, carregados de corredores sem portas. Mas quem se importa?
Impressionar é a ordem do dia.
- açúcar?
-não, obrigada!
M.Cendón
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